Bruce Wayne Contra o MundoColunas

Batman e… Cebolinha? Mônica?! Cascão?!! Xaveco?!!! QUE?!!!!

ATENÇÃO!
Este texto contém altos spoilers de “Eu Trabalho Sozinho”.
Depois não diz que eu não avisei.

O ano era 1995.
Eu, na ternura dos meus nove anos de idade, já tinha pra mim que Batman Eternamente era, obviamente, o melhor filme de todos os tempos.
Roteiro emocionante! Direção maravilhosa! Atuações fantásticas! Fotografia exuberante! Fidelidade absoluta!
!
Era o evento do ano, aquilo sobre o que eu já tanto tinha lido na revista Herói!
Que época, meus amigos! Que época!

Acontece que, apesar da minha completa falta de senso crítico (nesse mesmo ano, meu gosto eclético foi de Mortal Kombat e Don Juan DeMarco a Toy Story e Jumanji, passando por A Princesinha, Gasparzinho e A Chave Mágica… sério, que época!), Batman Eternamente realmente foi o evento do ano. Não só pra mim. Estamos falando de um filme que fez mais de 336,5 milhões de dólares de bilheteria (é verdade, eu vi na Wikipedia).
E como com grandes eventos também vem um grande merchandising, de repente tudo na minha casa era Batman Eternamente. Brinquedos, camisetas, mochila, canecas, jogo de videogame. Meus dois bonequinhos favoritos na época eram um Charada com uma TV no peito (não lembro o contexto, mas vi aqui que se chamava “The Riddler with Blasting Question Mark Bazooka”) e um Robin que a máscara aparecia quando você passava água gelada (tipo num sonho).
E foi nessa esteira que saiu a melhor coisa que esse filme proporcionou pro mundo.

O BATMENINO ETERNAMENTE.

Batmenino Eternamente foi originalmente publicada no Gibizão Turma da Mônica #1.
Se você nunca leu essa HQ, não sou eu que vou ficar contando o que acontece. Basta saber que é uma história genial, genuinamente engraçada e que merece um post próprio (aguardem, é uma promessa).

O fato é que a Turma da Mônica sempre brincou com o mundo dos super-heróis, tanto na forma de paródia (das quais o Chico Bento mandou muito bem como o Caipirão América pra Marvel e como o Super-Homi pra DC, que inclusive teve uma edição BvS com o próprio Batmenino) quanto em encontros.
Mas foi uma surpresa a notícia de que a Mauricio de Sousa Produções e a DC Comics tinham firmado um acordo para edições OFICIAIS juntando a Turma com a Liga da Justiça.

E eu confesso que as minhas expectativas não eram muito grandes.
Até que eu li Cebolinha #44, que mostra o encontro deles com o próprio! O Batman!

Capa alternativa do Eddy Barrows

Caceta que boa surpresa foi essa história!
Fazendo um resumo rápido (tal qual é o intuito de um resumo), a Arlequina invade uma festa no Bairro do Limoeiro e sequestra a Marina, atraindo a atenção do Batman. A capa oficial já revela um pouco do que rola a partir daí.

Todo esse acordo entre a MSP e a DC podia muito bem ser só um pretexto pra vender gibi, como é costume na maioria dos crossovers (que lixo de tema eu peguei pra escrever essa coluna, né?). Mas o roteirista Carlos Estefan e o desenhista Lino Paes vão além disso. A história é divertida e a trama é bem sacada, sim, e também é recheada de referências.
Como por exemplo um certo encontro entre a Mônica e o Cebolinha:

A história também brinca muito com o visual da série animada. Vale reparar no traço do Coringa, do Batman nas sombras, na introdução e especialmente nessa sequência aqui:


Outro ponto alto está na interação do herói com os personagens da Turma.
Quando foi que imaginamos que veríamos Bruce Wayne papeando com o Seu Cebola? Ou cuidando das crianças? Ou… espancando o Capitão Feio?

Ah, e eu posso estar enganado, mas tem referência até a um certo momento politicamente incorreto da história do Homem-Morcego na cultura brasileira:

Ahhh vai tomar no cu.

Quem, assim como eu, estava preocupado que esses encontros fossem puro caça-níqueis, pode ficar tranquilo.
A equipe criativa da MSP parece ter abraçado a oportunidade de juntar a Turma com os personagens da DC para criar boas histórias, com piadas que realmente funcionam e cheias de momentos especiais pros fãs.
Parecido com o que fez 13 anos atrás.

Ah, e eu nunca elogiaria uma história que não tem o Xaveco.
Pra ele ficou reservado esse momento:

Desde já um clássico.

E aí? Leram? Concordam? Discordam? Tavam com saudade dessa coluna? Oun, eu também tava.
Vamo conversar e se amar, comenta aqui o que você achou.

Thiago Brancatelli

Lindo, alto e charmoso. Não possui bichos de estimação, mas divide o aluguel com um cachorro vira-lata chamado Tyler. Já fez tudo o que queria antes dos 30, por isso passa seus dias deitado no sofá lendo quadrinhos, vendo Netflix e comendo Tortuguitas. Está em um relacionamento sério com o site XVideos, mas é apenas pelo sexo.